sábado, 1 de outubro de 2016

Resenha 50 Tons de Cinza - E. L. James


Eu sumi, eu sei, mas no momento simplesmente não dá pra gerenciar um blog, mas voltei porque queria postar essa Resenha que na verdade não foi escrita por mim e sim por uma amiga. Decidi postar porque compartilhamos a mesma opinião sobre o tão famoso 50 Tons de Babaquice.

Existem diferentes papéis que o erotismo pode exercer na literatura. Os principais, a grosso modo, seriam: transgressão, afetar o leitor psicologicamente usando descrições explícitas de atos sexuais, incomuns ou não, causando constrangimento ou, em maiores escalas, abalando costumes sociais – Marques de Sade poderia se encaixar nesse modo, assim como Georges Bataille (cujo clássico História do Olho supera, ainda nas primeiras dez páginas, toda a sacanagem contida em 50 tons de cinza; exemplo: uma moça de dezessete anos arrebenta um ovo com o cu), no entanto é válido apontar que o grau de erotismo necessário para transgredir é variável conforme o período em que vivia o escritor (uns diriam que a literatura de D. H. Lawrence é bastante recatada, mesmo assim, em seu tempo, ele foi banido, enquanto hoje é possível ver na internet duas mulheres vomitando e cagando uma na outra sem que haja investigações policiais e processos –; excitação, servir de meio sensual alternativo para pessoas que, no momento, não têm um parceiro disponível e precisam botar a mão na massa e buscar alívio solitário, ou usado para abastecer a criatividade de um casal entediado e reacender aquela pálida chama da fogueira de alcova; mais comum hoje, seria o erotismo como consequência existencial, em que o autor inclui a vida sexual das personagens na narrativa porque elas são representações de seres humanos e seres humanos, em sua maioria, fazem sexo. Uma categoria separada seria a dos gênios que conseguem mesclar todas essas formas, gente como: Anaïs Nin e Henry Miller. De alguma maneira, o mais recente fenômeno da literatura erótica conseguiu falhar em todos esses aspectos.

Falo de 50 tons de cinza, a série de livros que, desde seu lançamento, vendeu 125 milhões de cópias mundialmente. Mais que praticamente tudo nas livrarias hoje em dia, com exceção dos lápis de cor. Meu objetivo com a leitura foi tentar identificar a razão disso. Em nenhum momento esperei gostar do livro. Não, estaria além das minhas capacidades. A ideia era encarnar um personagem e enxergar a história com os olhos do público-alvo. Ao fim das 400 e muitas páginas do primeiro volume, percebi que foi um exercício de futilidade. Seria impossível, contudo, explicar de uma vez porque o livro falha, por isso decidi dividir a análise em temas.

1. Narrativa

Para os que vivem em uma caverna e não sabem do que se trata 50 tons de cinza, segue um breve resumo do primeiro volume (único que li e lerei):

Formanda em literatura, Anastasia Steele tem 21 anos e é virgem. Ela divide um apartamento com uma amiga chamada Kate, que escreve pro jornal da faculdade e teria que entrevistar Christian Grey, bilionário de 27 anos e responsável por toda essa merda de livro. Como Kate está doente, Anastasia a substituiu. Por motivos de enredo, o ricaço pica das galáxias se apaixona pela folha de papel sulfite que o entrevista. Acontece que Christian é um sociopata e começa a perseguir Anastasia, aparecendo em tudo quanto é lugar que ela vai. Sempre que os dois se encontram ele diz que ela não deve se aproximar, que ele tem gostos peculiares que ela não conseguiria satisfazer e coisa e tal, mas tampouco ele deixa que ela se afaste. Anastasia, que tem idade mental de uma criança de 5 anos que nunca aprendeu a não falar com estranhos, em vez de chamar a polícia, fica intrigada com o “mistério” do Christian (não com o dinheiro e com a beleza, de forma alguma) e da sequência ao chove não molha que se prolonga por mais de 50 páginas.

Duas semanas depois, as coisas parecem avançar, e Christian leva a relação – que até então não passou de uns beijos, se chegou a tanto – para o próximo nível, mostrando para Anastasia o equivalente adulto de um homem estranho dentro de uma vã cheia de doces: um contrato regulando como se dará o relacionamento entro os dois, caso aconteça. Se você, leitor, é amante dos documentos legais, regozije-se, pois E. L. James incluiu todas as páginas do livro no contrato, para que você não perca nada.

Acontece que Ana não se sente confortável com certos aspectos do contrato – as partes que ele diz que vai controlar a alimentação dela, que ele pretende castigá-la sempre que ela o contrariar, que ele pretende enfiar o punho no cu dela… coisas típicas desses contratos legais, vocês sabem como é – e hesita em assinar.

Os dois acabam seguindo a relação mesmo assim, deixando bem claro que aquelas tantas páginas do contrato que a autora forçou você a ler não servem para porra nenhuma. Ocorre então o despertar sexual de Anastasia – que eu cobrirei melhor durante a análise.

As próximas 400 páginas envolvem apenas os dois fazendo sexo. De vez em quando Anastasia se questiona se está fazendo a coisa certa, mas logo passa – quando os dois transam de novo. E assim vai, até que ela leva uns tapas com muita força e faz aquilo que ela devia ter feito na primeira página: foge.

2. Qualidade literária

Dos muitos problemas em 50 tons de cinza, o mais aparente é a escrita. Estou certo de que E. L. James, antes desse romance, nunca escreveu nem uma mensagem de texto. Não é de surpreender que a base para esse livro tenha sido a série Crepúsculo. Alguém pode querer me dizer agora que é tudo uma questão de gosto. Bom, é e não é. Gostar do livro é uma questão de gosto, de fato. Isso não muda a qualidade geral da prosa. Nem tudo de que se gosta é bem-feito. Eu amo Sharknado, isso não quer dizer que seja um filme bom. (É ótimo.)

Desconsiderando erros de colocação temporal (por exemplo, em uma cena, Christian Grey liga de manhã para Anastasia, ela desliga o telefone e vai preparar o jantar – ou a ligação foi longa pra caralho, ou E. L. James esqueceu que horas eram e nenhum dos revisores se deu conta), e outras coisas mais técnicas, o livro ainda é cheio de repetições, déjà vus e frases mal construídas. Lógico que, se você gosta do livro, chances são que você não é assim tão ligada em literatura e não se importou com nada disso – por isso mesmo não pretendo entrar em detalhes sobre a qualidade da prosa. Agora não venha me dizer que um livro em que os personagens murmuram cinco vezes por página é bem escrito.

Se existem frases memoráveis ao longo do texto, é pela hilaridade não intencional contida nelas. A genial: “Eu não faço amor. Eu fodo… com força.”, vem à mente de imediato, e o livro é permeado desses pequenos momentos de comédia literária, com frases esquisitas que nenhum ser humano diria, mas que aqui são consideradas sexy por algum motivo. Desde livros de  1977 (sim, já li livros dessa época) eu não li tantos “baby” em um livro, melhor seria que a tradutora chutasse o balde e escrevesse logo “broto” no lugar. O que me faz pensar que, para um cara que conseguiu se tornar um empreendedor de sucesso ainda jovem, sabe tocar piano clássico, pilota avião, sapateia, assobia e chupa cana ao mesmo tempo, ele é bem chato. Os dois nunca têm assunto. Toda a conversa deles se limita a trocas levemente irônicas de provocações – terminando, normalmente, em arrependimento para Anastasia, que passa as páginas seguintes temendo pela própria vida (porque o relacionamento deles é saudável) – que rapidamente se tornam cansativas e irritantes. É um desafio ler um terço do livro sem querer esganar os dois ou sem desejar que o helicóptero em que eles embarcaram caia.

Pode parecer bobagem reclamar da maneira que as personagens falam, afinal são criações da autora e ela pode fazer o que achar melhor, mas não é assim que a banda toca. Quando nada na descrição da personalidade da personagem condiz com suas ações ou jeito de ser, isso é um problema de caracterização – erro literário típico de iniciante que não percebe que, por mais que fictícias, personagens são representações de seres humanos e precisam de liberdade. E essa é a melhor maneira de definir Anastasia. Ela é formanda em letras e é a primeira da classe – se não me engano, a essa altura as informações do livro estão sendo forçadas a se retirar da minha memória para dar espaço para coisas melhores. Isso deveria significar que ela não é de todo burra. Não é o caso. A garota é sequelada. Não compreende coisas que não poderiam estar mais claras. Isso poderia ser culpa de sua inocência virginal, só que o diploma em letras quer dizer que ela leu a maior parte dos clássicos da literatura americana e/ou inglesa, que inclui muita sacanagem e, mesmo que de segunda mão, experiência de vida. Inocência é uma coisa, crescer numa bolha emocional é outra. Rompimento de hímen, até onde eu sei, não causa aumento de QI. Não quero me adiantar aqui porque mais será dito quando eu me pôr a analisar a relação dos dois.

Como quem narra a história é essa toalha molhada que atende pelo nome de Anastasia, o leitor está preso à mente limitada dela. E nunca na minha vida eu desejei tanto por um narrador onisciente. (Tem quem diga que preferiria uma narração do Christian Grey [o que aparentemente vai acontecer – prova de que o diabo existe e está entre nós], mas não, ele não resolveria essa limitação porque ele é tão limitado quanto ela – o mal está na raiz, a autora, que não poderia vir com uma boa narração mesmo que tivesse em mãos a melhor das personagens.) Como a terceira pessoa nunca surge para aliviar a mente do leitor, este é obrigado a passar as centenas de páginas ouvindo a voz patética dela falar e falar e falar e murmurar e murmurar, e, como se não bastasse, o texto ainda é cheio de interjeições infantis como “uau”, “meu Deus”, “minha nossa”, “cacete”, e variações. Puta merda – uso aqui meu direito de adicionar uma interjeição vazia. De vez em quando, ainda, a narração nos oferece acesso aos mais íntimos pensamentos de Anastasia – esses vêm em itálico. O que eles dizem: “o que é isso?”, “o que ele quis dizer?”, quem sou eu?, onde estou? Sim, porque Anastasia tem pensamentos muitos ativos. Sua mente é tão agitada que convive com duas entidades psicológicas, separadas da origem e autoconscientes, para as quais pretendo dedicar o próximo tema.

3. Os três patetas: Anastasia, Inconsciente e Deusa Interior

Personificações do Tico e Teco, as vozes na cabeça de Anastasia, que tornam o pensamento dela mais claro (?) e a leitura insuportável, são chamadas Inconsciente e Deusa Interior. Um passa a história insultando Anastasia enquanto o outro só se masturba. Antes que eu me adiante, vamos definir a personalidade dessas duas alucinações, sim?

Comecemos pelo Inconsciente porque, dos dois, é o que mais me emputece. Não se enganem, a Deusa Interior é tão ruim quanto, mas ela é o tipo de idiota inofensiva, enquanto o Inconsciente é uma demonstração do quanto a autora não estava preparada para escrever o horóscopo de uma revista de fofoca, que dirá um romance. Desde a primeira página o Inconsciente serve como o bom senso, o lado inibitivo da “mente” de Anastasia, que, por sarcasmo mal escrito e tentativas sem graça de piadas autodepressiativas – afinal o inconsciente é parte de Anastasia, tenha ele consciência disso ou não –, tentam mostrar a ela que o que ela está fazendo é errado ou incompatível com a personalidade dela ou apontar um mal a ser evitado. Em termos psicanalíticos, é o Superego. Isso mesmo, caros leitores, uma das coisas mais presentes nesse livro é, por definição, um erro. É difícil explicar como isso aconteceu. E. L. James deve ter achado a palavra inconsciente bonita, então decidiu repeti-la o máximo de vezes possível ao longo do livro, sem nunca pesquisar no Google o seu significa. É verdade que o Superego não é de todo consciente, mas o de Anastasia parece ser, visto que ela tem um acesso muito claro a ele – e mesmo assim o chama de Inconsciente. Nenhuma das milhões de leitoras parou para pensar nesse detalhe? Não é preciso um diploma em psicologia pra perceber que tem algo errado. Então é isso, o Inconsciente é só essa coisa que passa o livro todo reprimindo Anastasia e sendo ignorado, tanto pela personagem quanto pelo leitor, que, inevitavelmente, passa a pular as frases em que ele aparece.

A Deusa Interior, por outro lado, é um tipo completamente oposto de chateação. Ela dança, comemora, pula etc. Mantendo a civilidade, ela é o Id da personagem. O impulso, a fonte da libido, os desejos e por aí vai. A Deusa Interior, sendo franco, é a vagina da Anastasia. Mas deus nos livre da palavra vagina aparecer no texto. A autora tem algum problema com qualquer menção nominal aos órgãos reprodutivos. É bem verdade que o uso de termos biológicos num livro de sexo pode fazer as cenas soarem como uma aula de anatomia, mas nem apelidos ela usa. Ela poderia ter vulgarizado de vez e soltado logo a boceta, ou, como pelo visto ela não tem medo do ridículo, lançar uma xoxota aqui e ali, até perseguida poderia ser perdoado em lugar da real escolha da autora. Não, ela tinha que fazer a personagem dizer coisas como “lá embaixo”, que não é nem um eufemismo digno. Nem a mais ingênua das mulheres usaria essa expressão. Lá embaixo é o que uma criança responde ao juiz quando ele lhe pergunta: “onde foi o que padre te tocou?” Mas eu estava falando da Deusa Interior. É que não tem muito pra falar sobre ela por isso eu me perco nos meus pensamentos – deve ser meu inconsciente trabalhando. A Deusa Interior é o equivalente feminino do “pensar com a cabeça do pau”, nada além.

Então o leitor é forçado, ao longo das quase quinhentas páginas, a ler dezenas e dezenas de breves reações do Inconsciente e da Deusa Interior aos pensamentos e escolhas de Anastasia. Que eu me lembre, os dois nunca se encontram. Eles sempre se dirigiam diretamente a Anastasia, nunca um ao outro, o que foi uma oportunidade perdida para muita galhofaria, tortadas na cara e dedos no olho, no maior estilo Moe (Inconsciente), Larry (Anastasia) e Curly (Deusa Interior). Nada disso muda o fato de que, se o editor tivesse passado a faca em todas as menções a essas duas criaturas, a leitura provavelmente teria sido menos desagradável, pra começar porque isso cortaria pela metade o número de páginas.

4. Falsa luz no fim do túnel e a raíz de todo o mal.

Então, já no último capítulo ou algo assim, eu me surpreendo. Pela primeira vez, Anastasia toma uma decisão acertada. Ela leva umas porradas do pica das galáxias e decide que chega, aquela vida não é para ela, os dois não devem mais se ver. Seria isso um sinal de amadurecimento?, E. L. James mostrando que não é só uma escritora incompetente, mas alguém com inconsciência, decidida a quebrar o formato padrão das histórias sobre meninas inocentes tentando mudar os homens terríveis por quem elas se apaixonam? Não, porque o livro tem duas continuações, logo não é necessário ler todos os volumes pra saber que ela volta atrás e ele promete mudar e os dois voltam a ficar juntos e se casam e têm dois filhos e meio e um Golden Retriever e então as agressões do pica das galáxias começam a ficar mais frequentes principalmente porque o corpo de Anastasia já não é aquilo tudo e a pica já não está explorando tão bem a galáxia fazendo umas aterrizagens de emergência ou não decolando e Anastasia desenvolve um vício em antidepressivos e analgésicos e as crianças descobrem a sala de jogos e o cachorro morre de câncer e finalmente eles terminam em um longo e doloroso processo de divórcio em que nenhum dos dois é visto como capaz de criar as crianças e os dois se suicidam. Eu posso sonhar; a autora não escreveu o que vem depois do felizes para sempre.

Pois é, por um momento eu quase vi algo que pudesse redimir essa história. Se ela tivesse ido embora e não tivesse continuação, o livro continuaria sendo uma merda mal escrita, mas teria uma razão de ser. Mostrar que não dá pra mudar um parceiro abusivo, que certas pessoas são incompatíveis, enfim, uma versão adulta da história. Se ela tivesse feito isso, com toda a honestidade, eu teria dito que o livro é uma merda. Do jeito que está, ele é uma merda ofensiva, insistindo que amor e persistência podem mudar pessoa. Receita para um desastre. E tem gente que acredita. Por mim, se as pessoas estivessem elogiando o livro porque todo mundo gosta de uma sacanagem, tudo bem. O livro é péssimo em sacanagem também, mas não vem ao caso, cada um com seus gostos. Mas daí a dizer que é uma história de amor, superação e o caralho à quatro, isso é intragável e, dependendo do quanto a leitora em questão realmente acredita nisso, prejudicial.

A maneira como as pessoas mais apaixonadas por essa história insistem que Anastasia se interessa por algo mais no seu Grey que os bilhões de dólares e a vara me intriga. Nada no livro dá a entender o contrário. De vez em quando Anastasia diz para si mesma que não é isso, mas ela não é capaz de definir o que é. E o pior de tudo, e que categoriza o abuso na relação, é que ela nem tem padrões comparativos adquiridos em relações passadas para ajudar a definir se o que ela está vivendo é bom ou não. Nada do que ela diz sobre o relacionamento é confiável, nem mesmo o tamanho do dote do ricaço. A mulher nunca nem se masturbou antes de transar com ela, como ela sabe que ele é tão grande assim? Ela não conhece nem os próprios dedos, porra. E mesmo que ele tivesse aquilo tudo, baseado nas descrições da autora, as proezas sexuais do cidadão não funcionariam na vida real. É que, pra sorte dele, é guardou todos os orgasmos que ela não atingiu em sua vida adulta dentro de um armário na casa da Deusa Interior e ela é capaz de atingir cinco em sequência com o toque de uma pluma.

Minha dica para Anastasia e qualquer outra moça que possa estar envolvida em um dilema desse na vida real é: se o cara aparece na loja em que você trabalha sem que você tenha dito para ele onde é, você pergunta como ele descobriu e ele responde que tem seus meios, ele compra corda, um taco de baseball, uma máscara de esqui e uma motosserra, e então te convida para sair, diga não. Então corra o máximo que suas pernas suportarem, mude de país ou compre algumas armas de fogo.

5. Conclusão.

O fato de que esse livro atingiu os números de venda que atingiu e se tornou tamanho fenômeno me impressionaria se as pessoas tivessem esse hábito de comprar livros ruins. É normal, temos aí Paulo Coelho, Dan Brown. Tudo que ela fez foi escrever um livro ruim com sexo. Fórmula para o sucesso. A surpresa é que demorou tanto tempo para acontecer.

Todas as leitoras que dizem amar esse livro por serem mulheres liberadas e bem resolvidas com a própria sexualidade, sinto em lhes dizer, mas não é verdade. Esse livro é literatura erótica para quem não gosta de literatura erótica, é sadomasoquismo para quem não sabe o que é sadomasoquismo, é sexo para quem não faz sexo. Ruim em todos os graus, tanto literários quanto eróticos, falhando em tudo aquilo a que se propõe fazer. Isso é tão claro que pode-se dizer que as pessoas que gostariam de ler 50 Tons de Cinza já leram, e aqueles que não gostariam perceberam pelo faro o lixo literário irredimível que é esse livro. A única coisa que eu gostaria de ler relacionado a 50 Tons de Cinza é a perspectiva da faxineira do senhor Grey. As coisas que essa mulher já deve ter visto e sofrido, isso sim é uma história.

sábado, 30 de maio de 2015

Resenha - Fangirl - Rainbow Rowell


Nome Original: Fangirl
Publicado Como: Fangirl.
Autor: Rainbow Rowell.
Publicado: 2013 (U.S.A).

Sinopse: Cath é fã da série de livros Simon Snow. Ok. Todo mundo é fã de Simon Snow, mas para Cath, ser fã é sua vida – e ela é realmente boa nisso. Vive lendo e relendo a série; está sempre antenada aos fóruns; escreve uma fanfic de sucesso; e até se veste igual aos personagens na estréia de cada filme.
Diferente de sua irmã gêmea, Wren, que ao crescer deixou o fandom de lado, Cath simplesmente não consegue se desapegar. Ela não quer isso. Em sua fanfiction, um verdadeiro refúgio, Cath sempre sabe exatamente o que dizer, e pode escrever um romance muito mais intenso do que qualquer coisa que já experimentou
na vida real.
Mas agora que as duas estão indo para a faculdade, e Wren diz que não a quer como companheira de quarto, Cath se vê sozinha e completamente fora de sua zona de conforto.
Uma nova realidade pode parecer assustadora para uma garota demasiadamente tímida. Mas ela terá de decidir se finalmente está preparada para abrir seu coração para novas pessoas e novas experiências.
Será que Cath está pronta para começar a viver sua própria vida? Escrever suas próprias histórias?

Personagens (Principais para a trama).

Cath: “Cather” é a protagonista do livro. Acompanhamos toda a sua vida na faculdade desde o primeiro dia. Cath é tímida e entra em pânico facilmente no meio de multidões. Ela é uma garota de respostas bastante afiadas e não sente muita confiança para conversar com outras pessoas além de sua irmã Wren. Cath ama escrever, mas diz que não quer criar nada próprio. Ela é fã completamente obcecada da série fictícia de livros Simon Snow.
Wren: A irmã gêmea de Cath e faz o papel da gêmea “descolada”. Wren diz que não quer dividir o quarto com Cath porque deseja ter uma identidade própria ao invés de ser lembrada apenas como a irmã gêmea de Cath. Wren costumava escrever fictions com Cath quando as duas eram mais novas, mas decidiu parar ao entrar na faculdade. Na maior parte da história, ela e Cath vivem em um conflito silencioso.
Levi: Inicialmente apresentado como namorado da colega de quarto de Cath e seu futuro namorado. É um garoto risonho e que quase nunca aparece triste no livro. Levi diz que nunca conseguiu ler um livro inteiro e na maior parte do tempo usa fones de ouvido para ajudá-lo nas aulas, ele ouve palestras inteiras. Levi demonstra grande interesse em Cath e várias vezes a ajuda com coisas que ela precisa.
Reagan: É a colega de quarto de Cath, ruiva e é descrita como uma garota de porte forte, geniosa e de acordo com Cath, assustadora. Reagan faz amizade com Cath depois de um tempo e freqüentemente a ajuda a sair do casulo em que vive. Reagan também costuma sair bastante, mas cuida de Cath de sua própria maneira.
Arthur: Pai de Cath e Wren, Arthur tem problemas psicológicos desde que a mãe das meninas o abandonou quando as duas eram crianças, ele freqüentemente se irrita com o seu chefe e seu trabalho (marketing) deixando Cath bastante preocupada com ele. Apesar de tudo, é um homem forte e trabalhador e muitas vezes aconselha Cath e conversa com ela sobre seus problemas.
Nick: Colega de classe de Cath na aula de “Escrita de Ficção”. Cath costumava escrever junto com ele na biblioteca, mas fica realmente magoada quando Nick decide entregar a história que escreveram juntos como seu trabalho de final de semestre, entregando-o apenas no nome dele.
Piper: Professora de Cath na aula de “Escrita de Ficção”. Não é muito aprofundada na história, sabemos apenas que é escritora de livros de sucesso, mas demonstra grande interesse nos textos de Cath e a convence a não desistir do trabalho de 10.000 palavras.

“E você sabe o que o papai diz: Tem que provar as coisas antes de dizer se gosta ou não”.

Impressão geral: Fangirl foi um livro que me chamou a atenção porque tinha visto muitas pessoas falarem dele. Mesmo que eu não goste muito desses romances açucarados, tendo lido apenas dois antes de Fangirl, a história me chamou bastante a atenção uma vez que eu mesma logo estarei na idade de ir para a faculdade também. Rowell tem uma escrita suave e seus personagens são muito bem construídos. Fangirl me causou boa impressão e não me decepcionou em momento algum.

“Ás vezes, você pega a mão de alguém apenas para ter certeza de que está vivo, e de que outro ser humano está ali com você para confirmar isso”. (TRECHO DE TEXTO SIMON).

História (Sem Spoilers): Durante todo o livro, acompanharemos a vida de Cath na faculdade e suas ocasionais idas para a casa do pai para um feriado ou final de semana inteiro. A história começa com Cath mudando-se para o dormitório e sua relutância em estar na faculdade, uma vez que é tímida e entra em pânico facilmente, além do ressentimentos pela irmã ter dito que não queria dividir o quarto com ela desta vez. Cath imediatamente conhece Levi, que tenta, de todas as formas, fazer amizade com ela, apesar das constantes esquivas de Cath.

Acompanhamos, durante todo o livro, a vida de Cath na faculdade, seus conflitos constantes com Wren, cuja colega de quarto não é uma boa influencia e a forma como Cath se relaciona com a família e com as poucas pessoas para quem se abre. Cath também trabalha, durante toda a história em sua fiction sobre Simon Snow e antes de cada capitulo começar, lemos um trecho de suas fictions ou do próprio livro que nos dará uma dica sobre o que vai acontecer naquele capítulo. Cath vai, lentamente crescendo e abrindo mais as portas para as pessoas, mas às vezes acaba por dar umas bolas foras.

Logo mais, acompanhamos o romance de Cath e Levi e a forma como ela lida com todos os problemas dos quais antes vinha fugindo, fossem problemas na faculdade, em sua fiction ou com sua família. Cath amadurece bastante durante esta seqüência final de fatos.

“Os sorrisos induzem a confusão. É por isso que eu não sorrio”. (CATH).

Minha experiência com o livro: Fangirl era um romance que eu realmente tinha muita vontade de ler, por isso, quando eu o vi na livraria, imediatamente pedi para minha mãe que o comprasse. Ainda que eu não leia muitos romances, Fangirl foi um livro que várias vezes colocou um sorriso no meu rosto e eu realmente suspirei quando terminei o livro. É uma ótima pedida para quem gosta de romances e eu acho que Rainbow Rowell mostrou muitos sentimentos de várias garotas através de Cath e Wren. É uma leitura que com certeza vale a pena!

sábado, 2 de maio de 2015

Resenha - Como Eu Era Antes De Você - Jojo Moyes


Nome original: Me Before You.
Publicado como: Como Eu Era Antes De Você.
Autor: Jojo Moyes.
Publicado: 2012 (Inglaterra).

Sinopse: Aos 26 anos, Louisa Clark não tem muitas ambições. Ela mora com os pais, a irmã mãe solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados constantes desde que sofreu um derrame. Trabalha como garçonete num café, um emprego que não paga muito, mas ajuda nas despesas, e namora Patrick, um triatleta que não parece interessado nela. Não que ela se importe.
Quando o café fecha as portas, Lou é obrigada a procurar outro emprego. Sem muitas qualificações, consegue trabalho como cuidadora de um tetraplégico. Will Traynor, de 35 anos, é inteligente, rico e mal-humorado. Preso a uma cadeira de rodas depois de um acidente de moto, o antes ativo e esportivo Will desconta toda a sua amargura em quem estiver por perto. Tudo parece pequeno e sem graça para ele, que sabe exatamente como dar um fim a esse sentimento. O que Will não sabe é que Lou está prestes a trazer cor a sua vida. E nenhum dos dois desconfia de que irá mudar para sempre a história um do outro.

Personagens (Principais para a trama):

Louisa: A protagonista da história. Louisa, mesmo não tendo muitas ambições ou qualificações é uma garota que se esforça para fazer tudo bem feito e nunca saiu da pequena cidade em que vive.
Katrina: Irmã mais nova de Louisa, apesar de ser extremamente inteligente, é mãe solteira e deseja poder voltar a fazer faculdade. Katrina é um pouco excêntrica e Louisa resgata várias de suas próprias coisas entre as coisas da irmã.
Bernard: Pai de Louisa que está sempre brincando com a filha. Procura passar uma imagem tranqüila apesar das dificuldades financeiras da família.
Josie: Mãe de Louisa e é uma mulher sensível e cuidadosa para com sua família.
Patrick: Namorado de Louisa e é um triatleta completamente obcecado em manter a forma e não se importa muito em manter seu relacionamento com Louisa, estando sempre ocupado com corridas e exercícios.
Nathan: Cuidador diário de Will, inicialmente uma das poucas pessoas que Will aceita perto de si.
Will: Tetraplégico e protagonista junto de Louisa. É incapaz de aceitar a condição que sua vida tomou tornando-se uma pessoa amarga e desagradável. Will por vezes diverte-se às custas de Louisa.
Camilla: Mãe de Will e é mostrada durante toda a trama em constante preocupação e é uma pessoa uma tanto fria com relação a Louisa.
Steven: Pai de Will e não aparece muito durante a trama.
Georgina: Irmã de Will e não aprova a presença de Louisa na casa. É uma garota um tanto quanto escandalosa.

“Precisava dar ao meu filho um lugar para onde olhar. Precisava dizer a ele, silenciosamente, que as coisas poderiam mudar, crescer ou fenecer, mas que a vida continuaria. Que todos nós éramos parte de um grande ciclo, algum tipo de arranjo cuja finalidade só Deus poderia entender”. (CAMILLA),

Impressão geral: Mesmo que eu não leia muitos romances, Como Eu Era Antes De Você é um livro que me chamou bastante a atenção pela sua história e porque parecia ser algo bom para ler e relaxar. A capa é bonita também. Jojo Moyes tem uma escrita suave e gostosa de ler. Todos os personagens dela apresentam seus próprios problemas que, muitas vezes, são problemas que nós mesmos enfrentamos em nossas vidas. Este livro mostra os valores da vida e da amizade, do amor e da simplicidade. E mostra o quanto é importante sermos capazes de tomar nossas decisões.

“[...] de repente tive a sensação de ver o tempo passar e de perder grande parte dele nas pequenas idas e vindas pelo mesmo caminho”. (LOUISA).

História (Sem Spoilers): O livro começa com o dia da demissão de Louisa no café onde ela trabalha. Logo de cara percebemos que Louisa é o tipo de pessoa que apenas vive o seu dia a dia e não tem muito para se ver no lugar em que ela vive. Com a chegada de Lou em casa, conhecemos um pouco de sua família cuja situação financeira não é das melhores.
Vemos um pouco de seu relacionamento já desgastado com Patrick e Louisa conta, de forma superficial sobre os empregos que tentou. Ela considera a si mesma uma pessoa sem muitos talentos e várias vezes ela pensa que “deve haver algo que eu possa fazer”.

Louisa, de inicio não queria aceitar o emprego de cuidadora, mas em vista das dificuldades de sua família (e insistência de todos os conhecidos para que aceitasse) e que o emprego seria apenas por seis meses e pagaria uma boa quantia, Lou decide aceitar para, temporariamente livrar a família da miséria.
Louisa é de cara intimidada por Camilla, que a recebe e sente-se mais nervosa ainda com Will, que é introduzido como rancoroso, irônico, grosso e mal humorado. Os dois mal conversam no inicio de seu relacionamento.
Conforme o relacionamento dos dois avança para algo mais próximo da amizade, a mãe de Will pede a Louisa que ajude seu filho a apreciar novamente a vida e volte a sorrir mais vezes. Lou, que a esta altura já sente grande afeto por Will promete que irá ajudar e é a partir desse ponto que as coisas vão tornando-se mais interessante.

Lou vai se tornando cada vez mais esforçada em procurar atividades que possam mostrar a Will que apesar de sua condição ele ainda é capaz de ter uma boa vida e vamos acompanhando os acertos e erros de Lou durante essa parte do livro. O relacionamento de Will e Louisa vai tornando-se cada vez mais intenso e é marcado por duvidas, drama e até mesmo risadas pelas pequenas alfinetadas trocadas freqüentemente. O final do livro te faz refletir e analisar muitas coisas, mas principalmente sobre o mundo e o quão curta a nossa vida é.

“Alguns erros... Apenas têm conseqüências maiores que outros. Mas você não precisa deixar que aquela noite seja aquilo que define quem você é”. (LOUISA).

Minha experiência com o livro: Como Eu Era Antes De Você na verdade não estava em minha lista de maiores prioridades literárias, mas como eu estava de férias e no momento não tinha nenhum livro para ler, acabei comprando-o em uma banca de jornal porque a história parecia uma leitura leve e interessante.
Esse livro me pegou de surpresa em muitos sentidos porque não imaginei que fosse um livro que me faria refletir tanto ou me apegar aos personagens. Moyes tem uma escrita suave, mas ao mesmo tempo dura e confesso que em algumas partes eu me surpreendia ao sentir meus olhos arderem porque nunca, nunca mesmo imaginaria que choraria com esse livro a ponto de terminar a leitura agarrada ao livro e chorando baixinho.
É um livro apaixonante, engraçado e com uma linda história. Eu recomendo Como Eu Era Antes De Você mesmo se você não for um leitor de romances. Will e Lou são simplesmente personagens belíssimos e vou levá-los no coração para sempre!

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Resenha - A Cidade do Sol - Khaled Hosseini


Nome Original: A Thousand Splendid Suns.
Publicado como: A Cidade Do Sol.
Autor: Khaled Hosseini.
Publicado: 2007 (EUA).

Sinopse: Mariam tem 33 anos. Sua mãe morreu quando ela tinha 15 anos e Jalil, o homem que deveria ser seu pai, a deu em casamento a Rashid, um sapateiro de 45 anos. Ela sempre soube que seu destino era servir seu marido e dar-lhe muitos filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos.
Laila tem 14 anos. É filha de um professor que sempre lhe diz: 'Você pode ser tudo o que quiser.' Ela vai à escola todos os dias, é considerada uma das melhores alunas do colégio e sempre soube que seu destino era muito maior do que casar e ter filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos.
Confrontadas pela História, o que parecia impossível acontece: Mariam e Laila se encontram, absolutamente sós.
E a partir desse momento, embora a História continue a decidir os destinos, uma outra história começa a ser contada, aquela que ensina que todos nós fazemos parte do 'todo humano', somos iguais na diferença, com nossos pensamentos, sentimentos e mistérios.

Personagens (Principais para a trama):

Mariam: É a primeira personagem que nos é apresentada e tem apenas cinco anos na primeira parte do livro. É uma garota curiosa e cheia de vontade de conhecer o mundo e seu traço mais marcante dentro da história é sua bondade e sua força para suportar as coisas.
Nana: A mãe de Mariam, apesar de não ser aprofundada na história, podemos ver que Nana enfrentou diversas dificuldades na vida, mas ao contrário de Mariam, que manteve sua bondade intocada, Nana sente-se infeliz e é marcada por crescente amargura.
Jalil: O pai de Mariam engravidou Nana fora dos laços do casamento e por isso visita a filha apenas às quintas-feiras. Jalil parece um homem bondoso e carinhoso para com a filha, mas as coisas nunca são o que parecem.
Rashid: Sapateiro, marido de Mariam e futuramente de Laila também. É o principal vilão da trama. Rashid despreza Mariam e casa-se com Laila apenas para roubar-lhe a juventude e frustrar sua vida.
Mula Faizulá: Um velho senhor, mentor e professor de Mariam e um dos poucos amigos que Mariam tem. Ele sempre diz à Mariam para confiar na vontade de Deus e tem um papel importante para a história apesar de não aparecer muito no livro.
Laila: A segunda protagonista. Laila é inteligente e não se deixa abater facilmente, almeja muitas coisas em sua vida e tem um grande senso de humildade, mostrado na terceira parte do livro.
Tariq: Melhor amigo de Laila, Possui uma perna mecânica devido a um acidente quando era uma criança, sua presença é marcante para a vida de Laila, que mais tarde separa-se da mesma devido a guerra, a vida de Laila é marcada pela dor causada pela perda do melhor amigo.
Aziza: A primeira filha de Laila, tão inteligente quanto sua mãe.
Zalmai: Um menino, segundo filho de Laila.

“Assim como uma bússola precisa apontar para o Norte, assim também o dedo acusador de um homem sempre encontra uma mulher a sua frente”. (PÁGINA 12 – NANA).

Impressão geral: Como posso descrever a escrita de Hosseini? Se você já leu o seu sucesso O Caçador de Pipas sabe que ela é intensa e você sofre junto com seus personagens. A história de suas duas personagens principais é marcada por anos de sofrimento e solidão. Neste livro, Hosseini nos passa, de forma marcante os valores da bondade, da família e do companheirismo. Gosto muito que este livro tenha como principal cenário a vida das mulheres no Afeganistão. Desde que li este livro pela primeira vez, soube que seria o meu livro favorito.

História (Sem Spoilers): Na primeira parte do livro, acompanhamos a vida de Mariam desde a sua infância até determinado momento de sua vida adulta. Mariam é marcante por sua curiosidade de conhecer o mundo fora da pequena realidade da Kolba onde vive com sua mãe Nana e recebe, às quintas-feiras, visitas de seu pai, Jalil, a quem ama e considera a pessoa mais importante de sua existência.
Mariam ama Jalil por ele a fazer sentir-se especial e sempre trazer, junto consigo pequenos presentes e noticias sobre o mundo fora da pequena realidade que Mariam conhece.
Como as pessoas não controlam seus destinos, Mariam, abruptamente se vê mudando-se com apenas 15 anos para um lugar muito distante com seu agora marido Rashid que é um homem muito mais velho que si. Esta parte do livro acompanha toda a perspectiva de Mariam sobre as coisas que a cercam até que se encerra a primeira parte do livro.

Laila é uma garota inteligente e sonhadora que nasce algum tempo depois da chegada de Mariam com Rashid à cidade. Ela tem uma vida boa apesar de seus problemas com a mãe, que passou a ignorá-la desde que os irmãos de Laila foram para a guerra, o que ocasionou a depressão e ignorância da mãe para com sua filha.
Laila conta com o apoio de seu pai e seu amigo Tariq, que é apenas dois anos mais velho que si. A segunda parte do livro nos leva a acompanhar o dia a dia de Laila desde a sua infância até sua adolescência, no momento em que a guerra começa e vai tornando-se cada vez mais brutal. A história de Laila é diferente, porem igual a de Mariam em muitos sentidos. A segunda parte do livro termina no momento em que Mariam e Laila passam a viver sob o mesmo teto, ambas casadas com Rashid.

A terceira parte do livro alterna entre os pontos de vista de Mariam e Laila, narrados em terceira pessoa. Os primeiros contatos entre as duas são marcados por conflitos e brigas entre as duas, que se sentem solitárias até o momento em que percebem que podem encontrar, uma na outra, o conforto e companheirismo que ambas perderam ainda muito jovens. Mariam vê em Laila a filha que poderia ter tido e Laila sente-se confortada pela presença sempre serena de Mariam. A terceira e última parte do livro tem seu fim de forma marcante e emocionante.

“Têm coisas que se podem aprender nos livros, mas têm outras que só mesmo vendo e sentindo”. (PÁGINA 132).

Minha experiência com o livro: A Cidade do Sol foi um livro que me marcou de diversas formas. Sua história é intensa e eu pude sentir na pele a dor de cada personagem. O livro me golpeou duramente em muitos momentos. Hosseini faz com que você mergulhe profundamente nessa realidade que às vezes não está tão distante de nós quanto pensamos.
Não importa quantas vezes eu leia este livro, ele sempre faz minha garganta fechar e meus olhos arderem. Acho que o mais marcante para mim foi a relação entre as duas personagens com seus pais (Principalmente Mariam) uma vez que eu mesma tenho um laço muito intenso com meu pai.
Quando o livro estava chegando perto do final, já estava chorando bastante e mesmo assim não conseguia largar o livro por nada. Quando o mesmo terminou, fiquei um bom tempo apenas pensando em sua história e depois de algumas semanas já estava o relendo!
A história tem muitas reviravoltas que me deixaram com o queixo no chão e é um livro que desfrutei do começo ao fim. Com certeza é um livro que jamais poderei substituir em meu coração. Obrigada ao meu pai que me deu este livro!

quinta-feira, 30 de abril de 2015

(K-Pop) TOP 10: EXO - Pt 2



Outra balada no meu Top 10, dessa vez Moonlight. Apesar de ser a típica musica lenta que eu geralmente não escuto, gosto demais dessa música. Uma melodia que considero mais tranqüila do que triste o que faz com que ela seja bem gostosinha de ouvir!
Também tem uma letra super bonitinha e eu acho a historia que a música conta a coisa mais linda. EXO é um dos poucos grupos que tem baladas que eu realmente gosto de ouvir. Aquele “Stop, Stop, Stop” tem um charme que eu acho difícil de explicar.

Análise (Completamente pessoal): Eu sinceramente nunca sei o que falar sobre baladas, porque por ser um tipo de música que eu geralmente não escuto, quando eu gosto é uma coisa bem aleatória... Eu simplesmente gosto e não sei explicar o que me atrai na música, mas eu realmente adoro Moonlight! É encantadora, simples assim.


Frase: Um lugar no qual eu não posso tocar você, nem mesmo te abraçar.


Como eu sou apaixonada por essa música! É uma das poucas que eu ouço tanto a versão em coreano quanto a versão em mandarim. Eu sempre tive um senhor tombo por essas músicas que você poderia usar pra escrever uma história de fantasia e é boa até mesmo para ouvir enquanto lê uma fantasia, então Black Pearl é um prato cheio pra mim!
Confesso que quando eu ouço fico pensando em vários dos casais de livros que conheço. Gosto do estilo “pirata” da música por ser uma história que você não vê em todas as musicas que falam de amor, e puxa... A letra é simplesmente maravilhosa e a melodia me deixa intensamente apaixonada. Ela parece bastante “épica” durante o refrão quando eles narram o lugar onde a sua Pérola Negra se encontra.

Análise (Completamente Pessoal): Eu não sei nem definir o quanto eu gosto dessa música. Confesso que ela só não está um pouco mais acima no meu top 10 porque existem outras músicas que fazem mais os meus estilos favoritos. Mas eu recomendo Black Pearl com todo o meu coração! É uma música simplesmente maravilhosa, a letra narra uma aventura simplesmente apaixonante!

Frase: (Versão K): O sol no céu e os cinco oceanos para ela que brilha intensamente.
Frase: (Versão M): Eu farei o mar agitado ficar calmo e suave.


O que falar desse canto épico no começo da canção? Se você é fã de músicas épicas, você com certeza vai gostar muito dessa música! O videoclipe então é simplesmente de roubar o fôlego. A coreografia e os figurinos também são ótimos! E eu simplesmente sou completamente apaixonada por essa letra. Ela é realmente bonita e é muito boa se você é como eu e gosta de ficar refletindo quando ouve a letra de uma música!
Ela é muito parecida com rock sinfônico e apesar de algumas pessoas dizerem que não é uma boa música para um debut, eu a acho excelente porque se você pensar por alguns instantes, vê que EXO trouxe uma mensagem com ela e isso é muito bom!

Análise (Completamente pessoal): Eu poderia colocar a letra inteira de EXO como a minha frase favorita dessa música porque ela é simplesmente tão linda. Acho que é uma excelente música para se ouvir tanto se você estiver empolgado quanto se estiver pensativo. Eu sinceramente recomendo muito ela!

Frase: A maneira de amar vem sendo esquecida, eu já esqueci o que é perdoar, nós vivemos ocupados ou vivemos sem nos importar?


Outra música bem do começo do EXO, History é bem diferente em todos os sentidos. A melodia, o clipe, a letra. Tudo nela é bem diferente e isso é uma das coisas que a torna a minha segunda música favorita! A ambientação do clipe é linda demais e eu não sei descreve o que a letra me faz sentir... Ela é um caminho sem volta pra alguém que está sempre com pensamentos altos como eu. Ai, ai...
Como posso definir History? Por ser uma das músicas de debut, ela parece narrar exatamente o momento em que o EXO chega na terra (seguindo o conceito em que o grupo foi criado, eles vieram de outro planeta então é muito legal) e a história que eles querem criar aqui é outra letra simplesmente incrível, pois parece falar das dificuldades enfrentadas e a importância do companheirismo e perseverança. Se você não viu a letra, recomendo vê-la com muita atenção!

Análise (Completamente Pessoal): History é muito boa em todos os sentidos. Ela é diferente e pega muito bem na cabeça. Ela mexe com meus sentimentos, de verdade. A coreografia também é esplendida, então apenas aprecie!

Frase: Toda a tristeza e a alegria está aqui,, nós estamos em uma mesma vida.


Ai senhor... Essa música mexe muito comigo. Eu tinha visto muitas pessoas falando que estavam ansiosas para que El Dorado fosse finalmente lançada depois de três anos de debut. Até mesmo eu estava ansiosa para ouvir. E quando o álbum saiu e eu ouvi a musica pela primeira vez foi encantador, do começo ao fim!
Como descrever o refrão? E a melodia, eu sinceramente acho muito difícil. Eu já sou apaixonada por musicas épicas, uma música que fala sobre a lendária cidade perdida então é simplesmente a minha perdição. Desde que eu ouvi o refrão pela primeira vez eu soube que seria a minha música favorita do EXO. Ela é simplesmente uma excelente música porque é diferente em todos os sentidos. Uma inovação que deu extremamente certo! É uma música empolgante. Essa canção me pegou de jeito, me virou do avesso e encantou os meus sentidos do começo ao fim. E eu sem dúvida fico muito empolgada com esse refrão! Dá vontade de ir mesmo atrás de El Dorado!

Análise (Completamente Pessoal): Como eu disse, é diferente em todos os sentidos, a musica começa calma como um sonho, como o começo da vontade de buscar pela cidade perdida, e no momento que chega ao refrão você percebe o quanto eles estão imersos na busca por El Dorado e você o quanto está imerso na música. Simplesmente escutem essa música e se apaixonem!

Frase: Se estivermos juntos eu não terei medo.

Puxa, acabei meu primeiro To 10! Me desculpem se fui vaga ou não expliquei muito, mas como eu disse é o primeiro e eu nunca fiz isso antes. além domais eu não queria me estender muito então realmente fui breve. Espero melhorar nos próximos Top 10.
Se você leu até aqui, obrigada e por favor, me diga o que achou! 



sexta-feira, 24 de abril de 2015

(K-Pop) TOP 10: EXO - Pt 1


Apesar de eu não ser lá a maior fã de músicas lentas e/ou tristes, eu preciso admitir que Hurt tem uma batida que me chama a atenção. Quando li a letra antes da música ser lançada, confesso que ela parecia tão sofredora que nem quis ouvir (Quebrei a cara, é eu sei.). Mas decidi dar uma chance e assim que o álbum foi lançado, “bora” ouvir.
Eu honestamente estava meio que pronta pra ignorar Hurt, mas quando começou, aquele pedacinho meio “filme de terror clássico” antes da música me fez prestar atenção mesmo sem querer. E meu Deus! Ainda bem que eu não ignorei!
Toda a melodia da música é envolvente, quando me concentro mais nela e ignoro a voz dos meninos eu penso: Essa é uma música para te obrigar a ouvir mesmo que você não seja fã de baladas...
As vozes dos meninos estão maravilhosas e eu preciso confessar que aquele “So bad, so bad” do Chanyeol acaba comigo cada vez que eu escuto (Opinião pessoal: Como pode ele com aquela cara fofa ter uma voz tão “Oh My God??”).

Análise (Completamente pessoal): Hurt tem uma melodia interessante, apesar da letra ser uma trágica história sobre como o amor é complicado e isso ser o maior clichê de músicas lentas. Apesar disso, decidi coloca-la como meu décimo lugar justamente por causa dessa batida maravilhosa e a música não ser tão lenta e triste como algumas baladas são. Definitivamente vou dar mais chances para as baladas agora!

 Frase: Você viverá para sempre em minha mente insana.


Mais uma história de amor. Dessa vez voltamos um pouco e estamos no mini álbum Overdose.
Sempre tive a mania de querer decidir, logo no começo da música se eu gosto dela ou não. Graças a isso, eu demorei um pouco para dar alguma atenção a Thunder. Na verdade, só fui ouvir mesmo quando me dei conta de que nunca tinha ouvido o mini Overdose completo. (Entende o que eu quis dizer no começo?).
Confesso que achei o começinho com a voz do D.O meu engraçadinho, mas continuei ouvindo a música porque tinha prometido pra mim mesma que ouviria o álbum inteiro.
A letra é bastante interessante ao meu ver. Apesar de ser uma música meio dor de cotovelo, a mini história que você pode criar dentro da letra é bem legalzinha.
O refrão eu acho realmente muito bom porque sinto como se, antes dele começar, as outras estrofes ficam como o prelúdio de uma tempestade. Quando o refrão começa e a música fica um pouco mais intensa e isso parece uma tempestade em seu andamento.
E eu gostei muito do som de vidro quebrando no começo e no final do refrão. Parece um marco, o começo e o fim da tempestade.
Outra coisa legal é como os versos antes do segundo refrão mostram como eles parecem ter feito algo errado e isso causou um afastamento entre eles e a pessoa amada. (Perceba que os primeiros versos falam sobre como a pessoa é maravilhosa).

Análise (Completamente pessoal): Num todo, Thunder pra mim é aquele tipo de música que você ouve simplesmente porque gosta, mas você não tem muito que falar dela sabe? Acho que é uma música bem gostosinha pra ouvir quando você quer simplesmente relaxar ou até mesmo quando está lendo algo (Se você for como eu que lê ouvindo música, a maioria das pessoas que eu conheço dizem que não conseguem se concentrar... Só eu faço isso?? Por favor, digam que não ok?)

Frase: Deixei escapar um som tarde demais, chamando por você.


Apesar do meu bloqueio com músicas românticas demais, eu preciso confessar que eu amo músicas com esse arzinho de paixão e essa melodia super gostosinha de ouvir. E Don’t Go se encaixa muito bem na minha definição, vamos combinar.
Eu acho a letra a coisinha mais fofinha do mundo (Nossa, quantos diminutivos) e é uma das minhas preferidas do álbum XOXO. Assim como Hurt é uma música que lendo só a letra, não me dava tanta vontade de ouvir, Confesso que só tinha ouvido aquele pedacinho (Diminutivos... De novo) que aparecia nos teasers e fiquei nisso aí mesmo.
Eu preciso parar de quebrar a cara quando se trata de músicas.
Don’t Go é o tipo de música que eu usaria se fosse diretora de um filme água com açúcar, a letra e a melodia juntas passam aquela imagem de “Unidos venceremos tudo e quando estou com você não existe dia ruim” e vamos confessar: Meninas, digam o que quiserem, mas todo mundo já quis, pelo menos uma vez na vida, viver uma história amorzinho (Riku... De novo... Sério...) como essa, mesmo se foi só quando você estava carente. Pode admitir vai, eu deixo.
É o tipo de música que faz você pensar em colinas verdejantes, um pôr do sol maravilhoso e dois amantes brincando sem se preocupar com a lição de casa não feita de amanhã. (Riku, sério?)

Análise (Completamente pessoal): Eu sinceramente ouço músicas como Don’t Go quando eu quero plotar alguma fanfic romântica. Apesar de eu tirar um sarro aqui e ali, a verdade é que eu gosto muito dessa música, é o tipo de balada que você ouve e dá até um up na sua moral. E não posso deixar de mencionar de novo que essa música é simplesmente uma graça!

Frase: Seus olhos sérios e suas histórias silenciosas giravam juntos naquela noite.


Eu confesso que realmente não gostava muito de Growl até ouvir ela umas três ou quatro vezes. Acho que é porque é um pouco diferente do que eu costumo ouvir. Demorei um pouco pra entrar na “vibe” da música. Mas depois que eu entrei... Senhor! E pra sair depois?? Como faz?? Não sei, não saí até hoje.
Até agora eu não tinha falado sobre isso (Nem tinha muito como), mas eu adoro essa coreografia! Ela acompanha muito bem a batida da música e é muito divertida. Eu gosto como a letra mantém aquele mesmo estilo de Wolf (o que é ótimo já que a música é uma versão para a repaginada do álbum). Faz-me pensar em um epílogo de Wolf. (Se você conhece a letra das duas músicas vai saber do que eu estou falando). Eu adoro a parte do Rap e principalmente a coreografia que os meninos executam ao redor do Chanyeol. Aquilo me deu dor no corpo só de olhar, estão de parabéns.
Confesso que essa música só não está mais acima no meu Top 10 pessoal porque apesar de ser uma excelente música, não é o tipo que me faz alucinar por causa da música e me dá um tique nervoso até eu conseguir baixar.

Análise (Completamente pessoal): Growl é o tipo de música que com certeza vai ficar marcada entre as mais populares do K-Pop. Além de ser uma das recomendadas quando alguém está pesquisando sobre o EXO. É uma boa música pra ouvir em todos os momentos (pelo menos eu acho) e os meninos, como sempre estão de parabéns na coreografia.

Frase: Porque eu estou ficando um pouco mais feroz.


Vocês vão me bater se eu disse que achei a coreografia de Overdose um pouco bagunçada?? Não? Sim? Ok...
Eu gosto muito da batida meio eletrônica e um pouco desorganizada da música porque me faz pensar justamente naquela euforia de quem está tendo uma Overdose (Que no caso não é de drogas, vejam bem...).
A letra também é muito boa e não tem mistério sobre o que ela quer falar, eu confesso que gostei de Overdose logo de cara.
Gosto muito do começo do clipe e de como eles parecem desorientados, é como se tentassem sair do aprisionamento causado pela Overdose de amor.
A letra fala sobre como a pessoa que eles amam os machucam, falam sobre como eles se apaixonaram sem vacilar e como agora parecem arrependidos e completamente presos nesse amor que faz mal. Conheço muitas pessoas assim. (Oi Riku... Cof cof)
Eu gosto do clipe apesar de geralmente não curtir muito esses MV’s com formato de caixa, acho que os efeitos de Overdose fazem ele ficar mais legalzinho.

Análise (Completamente pessoal): Overdose tem uma letra legal, uma melodia legal e uma coreografia não tão legal, mas é realmente uma excelente música, é muito animada, mas se você for como eu, você acaba parando pra refletir quando ver a letra (e concluir que a sua vida amorosa ta na fossa). É outra excelente música se você quer ouvir algo sobre o EXO ou K-Pop no geral, mas não sabe o que!

Frase: O amor é uma doença, um vício, uma overdose.

CONTINUA...

(PS: créditos para a minha amiga, Vanessa que além de fazer as capas pra mim, me deu um empurrãozinho para fazer as análises e o blog, obrigada!)





segunda-feira, 20 de abril de 2015

Bem Vindos a El Dorado


Bem vindos a El Dorado.

De acordo comigo...

Antes de tudo: Por que Find The El Dorado?

Nomes nunca foram o meu forte, mas pessoalmente gosto muito da história da linda cidade perdida, mas para mim confesso que El Dorado tem também um outro sentido. Claro que um sentido criado para mim mesma.

Gosto de pensar que cada um pode ter a sua própria concepção de El Dorado. Sua ideia de cidade perfeita. Então posso dizer que dei este nome ao Blog porque quero ajudar vocês a encontrar seu mundo perfeito. Mesmo que você tenha que construí-lo como eu.

E do que se trata o Blog? 

Se você tem os mesmos interesses que eu, fico feliz em dizer que vai ser acima de tudo sobre livros e música em geral. Se isso não te interessa tanto, lamento e espero que você encontre o que está procurando.

Não tenho como dar uma explicação profunda, conforme o blog crescer, acho que você poderá entender. Mas espero que me acompanhe!

Find The El Dorado!

Riku~